(sem título)

hoje, novamente faltaram os gritos
cambaleantes o vício dos sapatos
agora o mundo estava em guerra
ouço o eco dos estrondos
passeiam livres nesta manhã de segunda-feira

minha querida metrópole
quanto cuspe acumulado na boca de teus povos
quanto sangue nos dentes
coagularam os lábios dessas faces
escondidas atrás de uniformes

a marcha avança em segurança
nos rostos o desejo insosso
de retomar a ênfase das coisas
todos vestem cocares
e lanças perfuradas no peito